Laudo técnico aponta necessidade de remoção de árvores na Área de Lazer Ivani Barbosa

 

De 11 árvores analisadas na área de lazer, mais de 1/3 necessita de remoção para evitar riscos

Por Ricardo Nogueira 

A Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente de Bananal encomendou um estudo técnico para avaliar a segurança das árvores localizadas na Área de Lazer Ivani Barbosa, situada na Avenida Barão de Joatinga, no Centro. O Laudo de Avaliação de Risco de Exemplares Arbóreos, solicitado por Ofício, teve como objetivo verificar eventuais riscos que as árvores podem representar para a população. A demanda surgiu após uma polêmica em defesa de uma árvore que seria derrubada durante a obra de revitalização da área de lazer.

A análise foi realizada no dia 11 de dezembro de 2024, abrangendo 11 exemplares arbóreos isolados. A maioria das árvores identificadas são paineiras (Ceiba speciosa), espécies nativas da região, além de dois exemplares de sabão-de-soldado (Sapindus saponaria) e uma santa-bárbara (Melia azedarach), de origem exótica.

Durante a vistoria, foram coletadas informações como coordenadas geográficas, circunferência das árvores à altura do peito (CAP) e estimativas de altura. Os dados foram organizados em planilhas e processados em software de localização espacial, acompanhados por um registro fotográfico detalhado.

O Laudo de Avaliação de Risco concluiu que quatro árvores localizadas na Área de Lazer Ivani Barbosa deverão ser removidas por apresentarem risco à segurança da população.

De acordo com a Lei Municipal nº 545/2024, a supressão de árvores só pode ser autorizada em casos específicos, como comprometimento fitossanitário, risco de queda ou se a espécie for exótica invasora. Com base nesses critérios, o laudo indicou a remoção de três paineiras (Ceiba speciosa) e uma santa-bárbara (Melia azedarach). Essa última, de caráter exótico, pertencente a exemplares originários da Índia, China, Himalaia, Indonésia ou Austrália.

Para as demais árvores analisadas, o relatório recomenda podas de limpeza e contenção, incluindo:

  • Remoção de galhos secos, rachados ou com indícios de doença
  • Elevação da copa, eliminando galhos baixos
  • Correção de podas incompletas ou equivocadas

O documento ressalta que sua função é exclusivamente avaliar a condição fitossanitária das árvores, não possuindo caráter de licença ambiental. Qualquer intervenção na área de preservação permanente, seja corte de árvores nativas ou exóticas, deve ser autorizada pelo órgão ambiental competente.

O laudo foi assinado digitalmente pelo Secretário Executivo do Consórcio Público Agência Ambiental Vale do Paraíba, Cláudio Scalli, e sua autenticidade pode ser verificada online.

O documento foi apresentado e discutido na última reunião aberta do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (COMDEMA). Durante o debate, houve quem apontasse descuido por parte da empreiteira contratada pela Prefeitura, o que teria danificado de forma irremediável as raízes de algumas árvores, resultando na necessidade de supressão de belos exemplares de paineiras que embelezavam a área.

A situação foi considerada lamentável pelos participantes da reunião, especialmente diante do baixo índice de cobertura vegetal na área central de Bananal. Com as temperaturas elevadas e os efeitos da crise climática, a necessidade de ampliar o plantio de árvores foi destacada como uma prioridade para o município.


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