Após reformas com recursos da Lei Paulo Gustavo, Centro Cultural recebe sessão de cinema com Mazzaropi em 1º de junho

 

Recursos advindos da Lei Federal, repassados graças à adesão da Prefeitura de Bananal, permitiram a realização de reformas que resolvem problemas que duraram décadas, no telhado, forro e outras intervenções

Por Ricardo Nogueira

O Centro Cultural Carlos Cheminand apresenta às 19h deste sábado, 1⁰ de junho, com entrada gratuita, uma sessão especial de cinema com um dos filmes de maior sucesso do inesquecível Mazzaropi.

A iniciativa serve para mostrar as reformas efetuadas no imóvel, através da Lei Paulo Gustavo (LPG). Os recursos possibilitaram intervenções essenciais no prédio, construído em 1866, no período áureo dos Barões do Café, como Theatro Santa Cecília. Em 1918 virou cinema, passando a se chamar Cine Santa Cecília, funcionando assim por cerca de 65 anos. Em meados da década de 1980, com a desativação do cinema, foi transformado no Centro Cultural Carlos Cheminand, voltando a servir de palco para peças de teatro, dança, música e outras manifestações culturais. A história do prédio estará nas páginas de um dos fascículos do ALMANAQUE BANANAL, a ser lançado brevemente, comercializado pela plataforma Hotmart.


O prédio, que sedia a Secretaria Municipal de Cultura, Turismo e Trânsito, também é utilizado em formaturas, sessões solenes da Câmara, audiências públicas e reuniões de conselhos municipais, dentre outros.

Há muitos anos apresentando problemas estruturais, a edificação sofre um entrave burocrático sobre sua propriedade pela Prefeitura e impede obtenção de verbas para as obras necessárias à sua restauração completa.

A Lei Paulo Gustavo permitiu a realização de reformas pontuais, mas necessárias, resolvendo problemas estruturais no telhado, forro e outras intervenções, como acessibilidade na entrada.

A execução do serviço foi realizada por Robespierre Vázquez Cidreira, há décadas frequentando e adquirindo propriedade em Bananal. Ele é um profundo admirador da história do município e sua vocação cultural.


Robespierre, que pretendia participar do Edital da LPG produzindo documentário, abraçou a reforma ao constatar que ninguém se habilitou para a obra. "Quando percebi que ninguém iria participar do edital voltado para restauração de sala de cinema, voltei-me para este projeto que não é imediato. Com os recursos disponíveis poderíamos sanar um grande problema que era o do telhado e os enormes problemas causados pela chuva. Mexer com a parte estrutural seria preciso muita perícia, uma vez que não se podia trabalhar por dentro. Então veio a ideia de se usar andaimes e fazer as correções dos lados. Em uma das laterais, estavam partidos e tombando duas ripas e um caibro de uns 6 metros", conta ele.


Robespierre detalhou os desafios para a reforma: "Tivemos que restaurar parte do telhado, o que foi muito dispendioso. Nas portas de entrada tivemos que fazer um trabalho mais pontual com a restauração em madeira maciça (angelim). Para a pintura comprei todo o material de lixas para duas massas especiais, pincéis, rolos e tintas. Negociei a execução do trabalho com a prefeitura em troca de poder acertar o forro de isopor que estava se desintegrando, caindo. O intuito foi dar uma melhor aparência e sobretudo tirar um dos buracos que estava muito aparente."

Atendendo as especificações do Edital, Robespierre Vasquez tratou também da acessibilidade às instalações internas do prédio. "Pretendi fazer uma passagem melhor na entrada com um borrachão na lateral, um corrimão bem legal (artístico para o local), marcadores de assentos preferenciais e tampos dos vasos sanitários nos banheiros. Aproveitei para fazer uma pintura na parede de fundo do palco que estava totalmente deteriorada."


"Ainda vou trocar os vidros de duas soleiras das portas que estão quebrados", acrescenta Robespierre.

A ideia de celebrar a reforma com uma exibição que remonta aos tempos de cinema visa resgatar não só a memória, mas a essência da sétima arte que está ligada ao histórico do prédio.

"O que realmente nos interessa são as relações entre as artes, as ciências, a filosofia e a criação. Espetáculos de toda ordem como teatro, dança, música e, como aqui se propõe, a sétima arte. Sentir o escurinho do cinema, o cheiro da pipoca, a magia inocente das matinês...sentir-se dentro da telona. Algo que nos leve para fora deste mundo, mesmo por alguns breves momentos e podermos viver experiências de um passado - ou de um futuro - que nunca vimos, sentimos ou pudemos imaginar. Assim é a arte, quase imaterial, intangível. Ela é a linguagem das sensações!", enfatiza Robespierre Vasquez.








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