Texto: Ricardo Nogueira
Por Bananal eu brigo, eu luto e não fujo.
Por Bananal eu falo verdades, ganho amizades, cultivo
inimizades.
Por Bananal eu uso a mente, fico demente, combato quem
mente.
Por Bananal dedico meus anos, adio meus planos, expurgo
desenganos.
Por Bananal desanimo, reanimo, desanimo, reanimo, desanimo,
reanimo...
Por Bananal incomodo, imponho meu modo, me submeto ao seu
modo.
Por Bananal eu ando na linha, eu perco a linha, volto pra
linha.
Por Bananal eu escrevo, me comprometo e não tenho receio.
Por Bananal encontro minhas falhas, as outras falhas e tudo
mais que o valha.
Por Bananal busco soluções, encontro complicações,
compartilho razões.
Por Bananal eu repudio, eu elogio, eu me irrito, eu me
regozijo.
Por Bananal eu julgo, sou julgado, sou réu, sou juiz.
Por Bananal eu me perco, eu me encontro e me recomponho.
Por Bananal eu sonho à noite, tenho pesadelos de dia e mesmo
assim volto a sonhar.
Por Bananal eu ganho ideais, perco reais e encontro riquezas
imateriais.
Por Bananal eu pesquiso história e reporto estórias que escrevem
a história.
Por Bananal eu xingo defeitos, esbravejo desacertos e exorciso
incorreções.
Por Bananal eu tolero, não tolero, sou tolerado e não
tolerado.
Por Bananal eu odeio e sou odiado, amo e sou amado.
Por Bananal eu respeito, sou respeitado e desrespeitado.
Por Bananal sou compreendido e incompreendido.
Por Bananal reafirmo crenças, desmistifico lendas, tapo
fendas.
Por Bananal sou verdadeiro, sou mais de mim mesmo, caio,
levanto.
Por Bananal eu penso, reflito, ajo.
Por Bananal eu defendo, me encrenco, sigo de peito aberto.
Por Bananal sou passional, racional, legal.
Por Bananal tenho orgulho do passado, idealizo o presente
para voltar a ter o orgulho pretérito no futuro.
Por Bananal tento mostrar o real para termos um futuro
igual.
Por Bananal eu busco o tempo perdido e não desisto.
Por Bananal eu pergunto por que, busco porquês e encontro
por quês.
Por Bananal tenho andanças, compartilho lembranças, mantenho esperanças.
Por Bananal eu sou criança, jovem, adulto e envelheço na fé.
Por Bananal eu faço tudo porque é minha raiz, é minha descendência,
é minha essência.
Por Bananal eu faço tudo porque Bananal é a minha grande família.
E por minha família eu brigo, eu luto, não fujo.