O caderno "Cotidiano" do jornal Folha de S. Paulo, registrou, em sua edição de ontem, o óbito de Plinio Graça, ocorrido no inicio da tarde de 30 de junho.
A noticia relatou os esforços empreendidos por ele na preservação da Pharmácia, sua trajetória politica e as atuais dificuldades que podem resultar no fechamento do prédio se não houver um efetivo auxilio para a sua conservação.
04/07/2011 - 00h10
Plínio Graça (1924-2011) - Preservou uma farmácia de 1830
ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO
DE SÃO PAULO
No município de Bananal, a 326 km da capital paulista, Plínio Graça administrou até o fim da vida a farmácia que herdou do pai, no nº 156 da rua Manoel Aguiar. Era considerada a mais antiga ainda em funcionamento no país.
Só que a Pharmacia Popular, fundada por um francês em 1830, não mais vendia medicamentos. Com todo o mobiliário e os frascos originais, funcionava como museu, com entrada a R$ 3.
Plínio, nascido em Bananal, estudou em Pindamonhangaba (SP) e no Rio. Chegou a ser funcionário público, mas acabou tendo de assumir o negócio em 1956, quando o pai, farmacêutico, morreu. O local fora comprado por sua família em 1922.
Além de ter mantido intacta a farmácia do pai, meteu-se também com política. Foi prefeito de Bananal duas vezes e vice-prefeito outras duas, além de ter exercido um mandato como vereador.
Malufista histórico na região, nas últimas eleições concorreu de novo como vice, mas perdeu para a chapa do sobrinho, também vice.
No fim dos anos 90, cedeu a farmácia como locação para as gravações da minissérie "Dona Flor e seus Dois Maridos", da Globo. Aproveitou para tirar fotos com os atores.
Segundo seu filho, Beto, a farmácia, que é tombada, está em situação precária. Ele conta que o pai deixou dívidas tentando preservar o prédio e que, sem incentivo, ela dificilmente ficará aberta.
Plínio tinha um senso de preservação tão grande que guardava até o vestido de noiva da mulher, de quem ficara viúvo nos anos 60.
Morreu na quinta, aos 87, de câncer de estômago.